Mal Formação Arteriovenosa (MAV)

O que é?

São malformações constituídas por um emaranhado anômalo de vasos sanguíneos, onde há uma direta comunicação entre artéria e veia, por ausência dos capilares (uma rede de pequenos vasos que amortecem a pressão arterial e promove a distribuição dos nutrientes que chegam através do sangue arterial).

O desenvolvimento das MAVs está relacionado com fatores genéticos, podendo estar presente desde o nascimento, porém os sintomas surgem mais comumente entre os 20-40 anos.

Imagem Mal Formação Arteriovenosa

Apresentação clínica:

Infelizmente é uma doença silenciosa, e que sua apresentação inicial mais comum e temida é a hemorragia ocasionado pela sua ruptura (>50% dos casos).

O risco de hemorragia de um paciente portador de MAV é de 2 a 4% ao ano.

Pode ainda apresentar-se com crise convulsiva (20-25%), dor de cabeça (15%) e em alguns casos com déficit neurológico focal (fraqueza de uma parte do corpo, dormência, alteração de fala, etc.)

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito através de exames de imagens, que nos permitem definir seu tamanho, localização, e os vasos que nutrem (artérias) e que realização a drenagem (veias).

A tomografia computadorizada de crânio geralmente é realizada nos casos em que houve sangramento, possibilitando avaliar a extensão da hemorragia, bem como o comprometimento cerebral.

A ressonância nuclear magnética de crânio é um de extrema importância pois permite a visualização tridimensional da lesão, definição da sua exata localização, sendo fundamental para o planejamento terapêutico.

A angiografia cerebral é o exame padrão-ouro, pois possibilita o completo estudo anatômico vascular da MAV, também imprescindível para o planejamento terapêutico.

Tratamento:

Para definição quanto ao tratamento de uma MAV é necessária uma completa avaliação clínica e radiológica, onde alguns fatores deverão ser considerados para decisão terapêutica:

  • Experiencia da equipe;
  • Tamanho da MAV;
  • Localização;
  • Angio-arquitetura e anatomia vascular da MAV;
  • Idade do paciente
  • Condições clínicas do paciente
    • Comorbidades x risco cirúrgico
    • Presença de sintomas ou déficits neurológicos já instalados
  • Sangramento prévio

Hoje dispomos de três métodos para tratamento das MAVs, que podem ser utilizados de forma isolada ou combinada.

  • Cirurgia / Microcirurgia: remoção cirúrgica da MAV.
  • Endovascular: realiza-se a embolização dos vasos com sua posterior oclusão.
  • Radioterapia: reservado para casos em que não é possível realizar tratamento cirurgico e endovascular, ou de forma complementar aos métodos anteriores.

Dr. George Passos
Neurocirurgia • CRM-BA 27447 • RQE 19031

Médico formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, fascinado pelo mundo da neurocirurgia e neurociências desde o início da graduação. Realizei residência médica em Neurocirurgia pela Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto - SP.

Possuo título de especialista em Neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e Associação Médica Brasileira (AMB) e aperfeiçoamento em cirurgia de base de crânio pela Weill Cornell Medical Center / NewYork-Presbyterian Hospital (2018) e pela Federal Centre of Neurosurgery - Tyumen, Russia (2019).

Atualmente Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e Acadêmia Brasileira de Neurocirurgia (ABNc).

Imagem Dr. George Passos
Instituto Sentir/ Patamares, Salvador